segunda-feira, 26 de abril de 2021

Diz-me!

 

Diz-me!  Por favor...

Quanto de amor tens para mim?

Em que lugar do teu coração estou,

Será no início... No meio ou no fim?

 

Diz-me! Por favor, neste instante,

Será que deves mesmo me amar?

Será que por aí não tens outro; semelhante,

Que petulante como eu, queira ser o mar?

 

Diz-me! Ó minha flor de formosura,

Que tenho mesmo eu para te cativar,

Senão apenas brandura,

Senão essa loucura, ao te amar?

 

Diz-me! Antes que eu me vá,

E me enclausure na realidade,

Antes que o sol nasça nas terras de lá,

Antes que este ciúme insano nos acabe.

 

Diz-me!

Mas se não for o que quero ouvir, te cala...

Teu amor, podes dar-me?

Diz-me! Anda... Fala!

 

 

 

Antonio Reinaldo Carneiro Oliveira = Rey.

segunda-feira, 5 de abril de 2021

Simbiose de Amor!


Agradeço ao Senhor este amor,

Que me invade e me induz a lacrimejar...

Amor, tão intenso quanto o mar e sutil como a flor;

Amor, que não me canso de amar.

 

É por este que chego a certa conclusão...

Não te ter é igual a não me achar,

Seria entrópico; seria grande confusão,

Seria um náufrago, perdido em alto mar.

 

Seria o mesmo que um corpo sem sua alma,

Seria qual colibri sem nenhuma flor,

Seria qual a paz, destroçada e sem a calma,

Seria o mesmo que o alimento sem sabor.

 

Entretanto te tenho ó meu mel,

Como a chave à fechadura,

Como os pássaros têm ao céu,

Como na paz tem a brandura.

 

E é por ti que me forjei neste amar,

Deliciosamente perfumado como flor,

Tão imenso; idêntico ao mar...

Amo-te tanto e para sempre meu amor.

 

 

Antonio Rey.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2021

A janela

 

 

Paro ante você,
E observo o domingo,
Que traz em sua garupa,

Um marasmo preguiçoso,
Enquanto dorme o amor.

O sol beija a parede lateral,
Fustigando minha visão,
Que te busca algures,
Sem te encontrar.

A vontade de tê-la em meu peito,
Enquanto o sol ainda teima,
Não é menor que o desejo de beijá-la,
Enquanto minhas mãos lhe acaricia,
E o meu sonho se realiza.

E o domingo ainda sonolento,
Perturba o meu sonhar,
Outorgando-lhe este poetar imberbe,
Enquanto a janela nada me mostra,
E eu ainda lhe observo.

 

Antonio Rey

sexta-feira, 4 de dezembro de 2020

Belo Amar

 

Pensei-me vencedor, lenificado daquela dor,

Mas bastou ouvir tua voz, me lembrei de nós.

E o que pensei não ser mais dor, voltou no amor,

Fazendo-me refém de certos pensamentos: a sóis.

 

Assim foi que por meu desejo acabei te vendo,

Sobre o meu peito deitada: sendo acariciada...

Enquanto qualquer livro tu estavas lendo,

Nos lapsos dos beijos que eu te dava.

 

Das alturas de certo galho, dois pássaros nos olhavam,

Solidários ao nosso amor, por seus cantares maviosos,

Ainda: ora te lias, ora nos beijávamos,

E da solidariedade dos pássaros, seus olhos se fizeram, chorosos.

 

E a paixão dantes quase morta,

Retorna intensa à ribalta de minha vida...

Descida do Céu, por invisível comporta,

Trazendo-te mais bela que antes, meu amor, minha querida.

 

E o que era dúvida e insegurança,

Depois do teu belo sorriso; do teu voltar a falar,

Faz-me vesti de esperança,

De fazer do nosso amor, o amor mais belo de se amar.

 

 

 

Antonio Reinaldo Carneiro Oliveira  = Rey.

 

 

quarta-feira, 25 de novembro de 2020

Natureza é na Morada.


 

D`onde qualquer ouvido nada ouve,

Qualquer olfato nada cheira,

Quaisquer olhos nada vêm,

Sons outros me embalam,

Cheiros de mato em agradecimento, e de café me comovem,

Aquelas auras ferem minha retina.

 

Difusos cantos de canoros diversos,

Operam o milagre de bela Ópera,

Acordando Vivaldis amarelos,

Mozarts multicores,

Para um único sentir.

 

 E o látego do viver no instante se esvai,

Quando o belo ali é forjado,

E se imiscui este sentimento alado,

A me conduzir para seu interior,

Onde residem, perfume, alegria e amor.

 

Antonio Rey.

domingo, 22 de novembro de 2020

Ela, a Poesia.


 

Encontrei-te poesia...

Nesta manhã, sorrindo-me.

Não observei o que tu vestias,

Porque tua alma tocou a minha.

 

Do teu sorriso, fótons de luz,

Do teu saber, sabedoria,

Teu estro me conduz,

Encontrar-te é minha alegria.

 

Estou assim enamorado,

Com meu pensamento em ti,

Com meus desejos calados,

Tragado por este teu sorrir.

 

Vi por entre esta honradez tua libido,

Por traz desta candura tua bravura,

Vi este amar as letras nascido,

Pira ardente nesta fonte de brancura.

 

Antonio Rey. 

quarta-feira, 22 de abril de 2020

Amor Irmão...




E quando dos estertórios e horrores
Tu surgias...
Por grilhões, atada a eles tu estavas,
Incólume, eu te observava.

Se da inércia de mim mesmo
Apenas te olhava,
Querubim do Senhor me conclamava a luta
Constituindo-me, instrumento de ajuda.

Assim, imberbe como sou,
A guerra de palavras começou,
E felizmente, num momento de ciúme,
Em mim, a voz do anjo, fez-se alaúde.

Viestes à tona...
És uma nova luz!
Feliz...
Conscienciosa!

E se do que, aparentemente era amor,
A mais bela amizade se formou,
Cumpriu-se então o desejo divino,
E somos não mais adultos: hoje, quais meninos...

Inocência...
Amizade...
Lealdade...
Dignidade!

E ora, uma nova era se instaura,
Onde dois amores; dois amigos; dois irmãos,
Alquimicamente se faz uma só alma,
A felicidade flui plena... Calma.



Antonio Reinaldo Carneiro Oliveira = Rey